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Para maiores de 120 anos
Sei que hoje é um dia, mas não sei que dia é hoje: quanto o tempo andou desde o momento em que perdi meu relógio e fiquei aprendendo o sol, que nem sempre aparece, mas nunca desaparece pra sempre? Estrela que tem os ponteiros voltados para a imensidão de qualquer momento. E o que é que acontece quando se acaba a vida de aventuras e a vida pacata, quando se chega ao fim à intimidade do abrir de olhos em um dia de chuva que depois se abre em luz? Há momentos que passam, todos os momentos passam, mas há lembranças que por mais que se desgastem não desaparecem, essas são como o sol. Milhares de pessoas passarão pelas vidas de milhares de outras pessoas, sendo que umas ficarão e outras partirão. O tempo se encarrega de levar aparentemente tudo, até mesmo si próprio, mas sempre deixa um vestígio, que pode ser o de que o que foi felicidade não se pode ser esquecido. Mas o tempo não é inimigo, mesmo quando deixa a vida parecendo um arco-íris em preto e branco com um pote de ouro trancado à sete chaves no fim do longo caminho. O tempo só trabalha em função da vida, que tem validade, porém suplica ser bem vivida. O tempo não é esquecimento, é lembrança, é verdade. A verdade mais duradoura do tempo é a felicidade, que se estende no pequeno instante de um sorriso de alguém que se ama, que se chama... de amor.
terça-feira
Perro
Nunca soube se aquele animal tinha nome, mas soube que por seus movimentos ele não tinha mais dono. O que aprendi com o perro é que se pode escolher aquilo que se será. É claro que um perro é só um perro, com um repertório limitado de escolhas. Mas um hombre também é só um hombre, e muitas vezes suas escolhas parecem ser bem menores do que bem maiores do que a de um perro. É óbvio que o cérebro do perro não possui tantas conexões complexas como o de um hombre, ao ponto de fazer com que consiga realizar transformações tão grandes em seu ambiente natural como um Hombre de inteligência comum realiza, levando-o a escolher seu destino a longo prazo. Todavia o cérebro do hombre às vezes também é enganado pelo cérebro do destino.
Consegui abstrair algo daquela experiência. É possível escolher quem seremos no minuto seguinte, mesmo quando a escolha é limitada pelo fato, mesmo quando ela nos leva a consequências trágicas, mesmo quando ainda com a mudança continuamos o mesmo e não mudamos nada. Claro que não é uma conclusão tão inédita, e que é, na verdade, tão velha quanto quem a formulou nos séculos passados, a seu modo que não do meu. Mas ainda sim é importante observar as manifestações que ocorrem a nossa volta, e captar não o que elas querem, mas o que elas podem dizer.
O perro poderia continuar do mesmo lado da calle, mas atravessou, poderia parar e esperar seu machucado sarar, mas continuou. O hombre poderia ter prestado mais atenção e freiado seu coche no devido momento, ou poderia nem ter saído de coche naquele dia, ou então nem ter comprado aquele coche. Por mais que o perro não soubesse de nada e agisse por instinto, ele sabia de algumas coisas, que da maneira dele, só ele vivenciara. Do mesmo modo que o hombre foi embora com seus medos sem freiar seu coche. Do mesmo modo que o coche levou consigo os danos do impacto.Nunca se sabe qual será o resultado de uma próxima escolha, não é mesmo?